Moçambique enfrenta um desafio sério no que diz respeito às uniões prematuras, com implicações significativas para o desenvolvimento social e a saúde das adolescentes. Cerca de 48 por cento das mulheres em Moçambique com idades entre os 20 e os 24 anos já foram casadas ou estiveram numa união antes dos 18 anos e 14 por cento antes dos 15 anos (IDS, 2011), esses números revelam uma realidade preocupante, destacando a vulnerabilidade, especialmente das meninas, a esse fenômeno.
As causas subjacentes das uniões prematuras incluem a pobreza, falta de acesso à educação e pressões culturais. Além disso, as uniões prematuras têm impactos sérios na saúde das adolescentes, aumentando os riscos durante a gravidez e restringindo oportunidades educacionais e profissionais.
A AMODEFA tem desempenhado um papel importante em Moçambique, na promoção dos direitos das raparigas e no combate a questões como as uniões prematuras. Suas ações geralmente incluem: trabalhar para sensibilizar as comunidades sobre os impactos negativos das uniões prematuras, destacando as consequências para a saúde das meninas, educação e desenvolvimento social, a organização muitas vezes apoia iniciativas para fortalecer leis (19/2019) e políticas relacionadas as uniões prematuras, pressionando por uma idade mínima para o casamento em conformidade com os padrões internacionais, a organização trabalha para melhorar os serviços de saúde reprodutiva, incluindo acesso a informações sobre saúde sexual e reprodutiva, para adolescentes e jovens.
Embora haja esforços para combater as uniões prematuras em Moçambique, a necessidade de uma abordagem abrangente que envolva educação, empoderamento econômico e mudanças culturais é evidente. O comprometimento contínuo de diferentes sectores da sociedade é crucial para garantir um futuro mais saudável e promissor para as jovens gerações do país.